segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O fenômeno Harry Potter

J. K. Rowling é, sem dúvida, um fenômeno mundial. Hoje uma das mulheres mais ricas do planeta, ela começou a escrever seu primeiro livro a ser publicado, Harry Potter e a pedra filosofal, num guardanapo de um café inglês. Abençoado guardanapo! Era uma mulher muito pobre (para os padrões ingleses, é claro) e sofrida, assim como seu personagem mais famoso. Foi uma reviravolta quase mágica em sua vida.
Como fã incondicional que sou, só tenho elogios. Entretanto, não acho que o mundo mágico de Harry me fascine tanto por tê-lo conhecido ainda adolescente. Sim, a coleção é considerada infanto-juvenil, mas é incrível o número e a variedade de idade de seus “seguidores”. Harry Potter não é apenas a fantástica história de um bruxinho órfão. É admirável como Rowling conseguiu transpor para as páginas de seus livros sentimentos universais como rejeição, amor fraternal, a coragem semeada de medo. Muitos aspectos dessa ficção podem ser entendidos como metáforas para uma realidade cotidiana. É uma fantasia que pode muito bem ser transposta ao real. Identificamos-nos com aqueles personagens tão completos e profundamente descritos pela autora. O menino herói que vemos nos filmes de mesmo nome nada tem a ver com aquele garoto desengonçado e inseguro dos livros. Seus personagens, ao contrário do que os cineastas representam nas telas, são bastante humanos, repletos de defeitos e qualidades surpreendentes, histórias salpicadas de tragédias e bênçãos. Embora haja uma luta árdua entre o bem e o mal, os representantes destes extremos não são tão simples: os “heróis” possuem um pouco de maldade e egoísmo como todo ser humano, enquanto os “vilões” não são exatamente lobos maus, todos têm suas razões e justificativas, por vezes errôneas. Harry Potter, na realidade, tem muito pouco de ficção.


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